quinta-feira, julho 08, 2004

A saída

Os edifícios das Amoreiras vogavam, desgovernados e feios, na neblina: cidade de merda, porque não me piro enquanto é tempo?
António Lobo Antunes, "A explicação dos pássaros"

Não foi muito o tempo, mas ainda levou a que juntasse muita tralha que tive de acartar até ao carro que, esse, me iria levar também a mim até Leiria, deixando Lisboa para trás.

Em vários sacos fui juntando tudo o que me ajudava a encher a casa vazia e a passar estes meses, metade dos quais sozinho em casa. Depois de várias vezes para baixo e para cima no elevador (a minha vizinha do 6º Direito e colega na filarmónica ainda me ajudou) o carro ficou cheio e a casa vazia, ainda mais, incrivelmente despojada de vida.

Agora estou em Leiria, mais calma, com menos que fazer, mas que tem pelo menos mais encanto por ter sido aquela em que cresci, com os meus amigos, tornando-se, de certo modo, a minha cidade.

Ontem fui, então, jogar futebol com os meu compinchas da banda, mais pelo convívio. Assim foi que começámos às 21h e só saímos de lá já passava da meia-noite. Já estávamos todos cansados e com os pés cheios de bolhas, mas ficou acordado novo jogo dali a uma semana.

E estou de volta...

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