quarta-feira, setembro 08, 2004

Portugal-Estónia

Scolari pediu, o povo dá. Dos 29900 lugares, 27114 estavam quentes. Muito público... mais ainda dado o preço de saldo dos bilhetes.

O primeiro grande desafio era arranjar um lugar para estacionar. Fui andando, fui andando até que acabei por estacionar mesmo à porta do estádio (grande sorte) num lugar meio ocupado por uma carrinha comprida. No fim foi o que me valeu para encontrar rapidamente o carro, pois tinha a traseira um bom bocado mais recuada que a dos outros carros em redor.

A Inês atrasou-se um bocado e, enquanto esperávamos à entrada da porta 4 por ela íamos ouvindo a música, os gritos, o hino, o apito inicial, os piropos, bem, e não havia maneira de estarmos todos! Tinham fechado um acesso quando o jogo começou e não deixavam passar quem não tinha bilhete, alegando que se tinham esgotado. Mas ela tinha-o... ou melhor, nós tínhamos o dela!

Do jogo vê-se seguramente menos estando lá do que se estivéssemos a vê-lo pela televisão, mas sente-se muito mais intensamente. E as jogadas mais interessantes eram aquelas em que a bola ou passava perto da baliza ou quase acertava nos seguranças que estavam sentados de costas para o campo! E gritava-se: Ahhhhh!... em ambos os casos.


Como não se faziam golos, fazia-se espectáculo. Um cameraman ia passando à volta do campo a filmar o público que, de vez em quando, aparecia no ecrã gigante. A Vanda ainda ameaçou que se não fosse filmada até ao intervalo invadia o campo como a outra que fez o Scolari esboçar um largo sorriso! Mas acabou por não cumprir a sua palavra.

O guarda-redes da Estónia era bastante assobiado. Coitado, parecia que tinha vindo directamente das obras, ainda com o colete amarelo! E o voz-off a anunciar a entrada de Miguel no jogo como se estivesse a anunciar o próximo número do circo:
-... e entra Miiiiiiiiiiiigueeeeel! Demais.

Os adeptos da Estónia (como tínhamos dúvidas em como se chamariam, chamavamo-lhes simplesmente Estóinos!) muito raramente se faziam ouvir. Havia uma dúzia deles, de azul e em pé o jogo todo. Acho que esperavam que os adeptos portugueses estivessem em aceitável silêncio para largarem um grito qualquer lá na língua deles, pois de outra maneira era impossível fazerem-se ouvir!

Finalmente lá para o fim do jogo quando já se começava a pensar que o marcador iria estar quieto, decidem começar a marcar a eito. Quatro golos num quarto de hora. O terceiro nem o vi, estava nesse preciso momento a fazer a onda e... é golo? Nem foi preciso levantar-me, pois já estava de pé. Lá agitei a bandeirola de plástico que me deram à entrada, mas encarquilhava-se toda. Dava melhor para bater na cabeça do vizinho do lado.

Piii, piii, piii e acabou-se por hoje.

Sem comentários: