quinta-feira, maio 12, 2005

Embaraço

Um dia como tantos outros. O despertador acorda-me impiedosamente, ao que se segue o duche, a roupa no corpo, o pequeno-almoço pela boca abaixo e o sair para o trabalho.

A viagem é feita nos transportes públicos com o olhar a percorrer várias caras sem se fixar em nenhuma, principalmente se alguma nos olhar também. Neste ambiente parecemos todos estar a jogar ao sisudo, vendo quem aguenta mais tempo sem se rir. Não é fácil, estão todos muito sérios, compenetrados em nada, mas a ver como é que cada pessoa se veste, o jornal que quem está o nosso lado vai lendo, a música que uns auscultadores transformam em ruído.

Hoje vai haver um almoço de despedida de uma colega e então vêm chefes e todos os do escritório de Carnaxide, a juntar aos deste, da Avenida da Liberdade. Serão muitas pessoas num restaurante com algum movimento ali perto.

Ao sair do metro em direcção ao nº 249, vêem-se muitas pessoas na rua, apressadas, bem vestidas e engravatadas, a caminho dos seus empregos. O contacto com os clientes exige esse aprumo no vestuário.

Agora imaginem que se estraga o fecho das vossas calças, deixando-o completamente aberto, sem possibilidade de o fechar, numa zona movimentada. Como reagiriam? Como subir escadas, passar frente aos seguranças à entrada dando-lhes os "bons dias", cumprimentar os colegas, sentar-se na cadeira disfarçadamente? E como remediar a situação?

Aí está o poder das pequenas coisas!...

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