sexta-feira, outubro 31, 2003

Pássaros

Desde pequeno que gosto de observar os animais e a modo como vivem na Natureza. Tive a sorte, sim sorte, de viver no campo (na província como gostam de chamar os lisboetas), apesar de estar bastante próximo da cidade. Tinha as vantagens da cidade sem estar lá a viver!

Em miúdo ainda pequeno com o meu primo Fernando íamos aos ninhos, não para os destruir como faziam muitos, mas para ver os ovos e acompanhar o desenvolvimento dos bichos. A nossa observação pouco tinha de racional, mas tocava-nos emocionalmente.

Sempre houve em minha casa, desde que me lembro pelo menos, animais, desde galinhas e patos a pombos e coelhos… Sempre foi natural o apreciar a Natureza, ver os bichos comer, a lavarem-se, a lutarem, o dia-a-dia.

Era capaz de estar horas a fio naquelas férias do Verão deitado numa pequena ponte pedonal sobre o rio que passa perto da minha casa a apreciar os pássaros de galho em galho, a voar e rasar a água, o chilrear, sei lá. E isso fascinava-me. A princípio não se vê nada, pois os passaritos escondiam-se entre as folhas. Mas aos poucos, desinibem-se e em pouco tempo pareço estar no meio da selva…

No Luxemburgo, por exemplo, quando fomos aos edifícios da União Europeia tantos corvos haviam naquela zona que até nas janelas do edifício estavam colados autocolantes de corvos. E enormes que eles eram.

Os pássaros sempre fascinaram, penso eu, a humanidade pelo sentimento de liberdade física que emanam. Já Ícaro tentara apropriar-se desse sentimento em vão. Fomos condenados a invejar os pássaros pelo que conseguem fazer com tremenda facilidade: voar.

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