Morte
A única coisa de que podemos ter a certeza na nossa vida é o facto de ela um dia chegar ao fim. Mas por mais certa que seja, ninguém sabe como é, pois é como um bilhete só de ida aonde os passeiros não voltam para contar como foi. Esta sempre foi muito difícil de encarar. A humanidade enfrenta-a das mais diversas formas e estabelece em relação à morte os mais variados rituais.
Aquando da minha ida a Paris, visitei um cemitério onde estão perto de uma centena de pessoas famosas. Tão grande é aquele espaço que é a maior área verde de Paris e até existe um mapa (custa é dois euros) do cemitério, com destaque para os mortos mais importantes.
A maneira como percorríamos aquele cemitério era um pouco leviana, quais turistas à procura de atracções principais para tirar umas meras fotografias que captassem o facto de que “eu estive aqui”. Não se dava, por isso, o devido valor ao local onde estávamos que, apesar de tudo, merece, na minha opinião, respeito.
Para além disso, o cemitério consistia basicamente de jazigos das mais variadas formas que tornam aquele sítio ainda mais sombrio e pesado. As muitas árvores que quase o florestam agravam a escuridão que sobre este paira.
Com isto surgia a questão sobre se os mortos deveriam ser enterrados ou não e o porquê da cremação do corpo. Deve haver a ligação dos vivos com os seus entes queridos que faleceram através do cemitério ou dever-se-á ser mais radical e acabar essa relação com o fim da vida?
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