terça-feira, novembro 04, 2003

Berlim

No fim-de-semana passado, mais uma viagem, mais uma voltinha pela Europa, desta feita de carro e para longe na Alemanha. Cerca de 650 Km separam Maastricht de Berlim e foram fastidiosamente percorridos debaixo de chuva na esperança de encontrar bom tempo no destino.

Querendo ir quase todos os portugueses que estão em Maastricht em Erasmus houve que ponderar preços e ficámo-nos pelo aluguer de dois carros, visto que éramos sete, de gama baixa, visto que era para ser o mais económico possível: um Opel Agila e um Corsa.

No entanto custou a espera para levantar os carros. Eu e o Luís fomos à AVIS à hora combinada e lá estava a porta fechada com um papelinho em holandês de onde depreendi que voltava dentro de dez minutos (só que ninguém sabia quando é começaram esses dez minutos!). Esperamos mais de uma hora, com as mochilas ainda por fazer e o tempo a escassear até que, por fim, lá aparece sorridente o dito sujeito. Ainda bem que tínhamos parado antes para comer um croissant porque senão é que não dava para estar ali à espera!

Distribuídas as pessoas pelos carros e a respectiva carga, lá seguimos o caminho. Ou tentámos, pelo menos, pois por várias vezes o carro que ia à frente saía na saída errada da auto-estrada. E então andávamos um bocado ali às voltas até encarreirarmos de novo no caminho que estávamos a seguir.

O Hotel apesar de bastante berrante, com neons azuis tipo discoteca, estava a ser difícil dar com ele. Um quarto para oito pessoas, quatro beliches, duas alas separadas por uma parede fina que com muros de um lado se ouvia facilmente do outro (experimentámos e tudo para ver se era verdade!) e um lavatório foi o alojamento onde ficámos.

Então e Berlim? A primeira coisa de que uma pessoa se lembra e a última que quem por lá passou se quer lembrar é o muro de Berlim, que dividiu a cidade durante cerca de 26 anos. No sítio onde havia muro há agora no chão uma marca simbólica com pedras de calçada delineando o local por onde passava o muro. Encontravam-se facilmente bocados de muro avulso e o Checkpoint Charlie onde ainda estava a “casota” para os soldados americanos davam a impressão que o muro ainda estava de pé. Afinal não assim há tanto tempo… E as inúmeras gruas que ajudam ainda na (re)construção da cidade e algumas casas com marcas de balas nas suas paredes mostram isso mesmo.

Para além disso, a catedral e o relvado à sua frente, algumas praças e igrejas, os mercados de rua onde se vendiam produtos comunistas, como alguns chapéus que caíram em graça entre alguns de nós, davam um ar menos triste à cidade que muita coisa interessante tem para ver.

Não podíamos abandonar este pedaço de terra alemão, ainda por cima capital, sem provarmos uma bola de Berlim… de Berlim. Para não ser só guloseimas, comeu-se antes uma salsicha alemã, daquelas que ficam metade fora do pão. Aí sim, parámos e dissemos: isto é que é o verdadeiro salsichame!

No domingo de manhã cedo fomos ao parlamento, pois no dia anterior passámos lá e havia que esperar cerca de uma hora e meia, e, depois de passar tudo pelos detectores de metais como se se tratasse de um aeroporto, chegámos de elevador à cúpula moderna bem enquadrada num edifício de traça antiga. Daí via-se boa parte da cidade e facilmente se distinguiam os sectores do tempo do muro de cimento. Fotos, fotos, fotos e estava visto!

Já no regresso passeámos nuns jardins intermináveis, bastante bem cuidados, com palácios aqui e ali, semeados como árvores, num êxtase de beleza natural integrada na criação do Homem que nos agradou. Foi um bom momento de descontracção antes de partir para nova viagem de longa duração.

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