Encarnação de Jesus Pereira, minha avó paterna, é a única sobrevivente dos meus avós. Está muito mal de saúde, acamada já à alguns anos devido a uma trombose que a deixou quase imóvel e praticamente irreconhecível.
Ela está em casa da minha tia, sua filha, enfermeira, na Figueira da Foz e é muitíssimo bem tratada. Quando lá vão visitas, tentamos perceber se ela conhece alguém. Normalmente só identifica os filhos e às vezes troca-lhes os nomes, mas também se consegue emendar assim que percebe que não estava a identificar correctamente a pessoa.
Hoje fui lá. Foi quase toda a família, sem combinarmos. Conversámos durante a tarde. Falei muito com o meu tio David sobre cavalos que, na tropa, fez a especialidade de cavalaria. Foi um momento de encontro familiar, que poderia ser sempre mais frequente.
Fez-me admirar com outros olhos o quadro pendurado no quarto onde está a minha avó com a minha família paterna toda com fotografias de quando eram bem novos. Os meus avós no meio e os filhos à volta, por ordem de idades e no sentido dos ponteiros do relógio. Daquelas figuras, várias já não estão entre nós e, curiosamente, têm sido os mais novos a partir primeiro.
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