quarta-feira, abril 05, 2006

Cidade

Esta palavra simples tem implícito no seu significado complicação, correria, confusão. Massas imensas de blocos habitacionais onde as pessoas vivem como coelhos, fechadas na sua jaula sem saberem ou sequer se importarem em conhecer quem está ao lado.

A maior oferta de trabalho, bens culturais e outros supostamente compensa a impessoalidade, o stress, a marginalidade. No fundo, a cidade será, em última análise, aquele lugar onde as pessoas estão, até de lá saírem em vivo desafogo em cada fim-de-semana.

Porém, há excepções. Imaginem uma cidade sem filas de trânsito, casas com uma vista desafogada e agradável, pessoas que se conhecem, um sítio onde paira uma calma e tranquilidade saudáveis, sem stress. Agora parem de imaginar...

Dirijam-se às Caldas da Rainha (pode ser pela A8) e daí à freguesia Serra do Bouro (a norte da Foz do Arelho) e finalmente ao lugar da Cidade. Um verdadeiro paraíso!

As culturas agrícolas aguentam-se bem sem rega, talvez pela maresia. As estradas de alcatrão largas desembocam em caminhos de terra batida com menos de metade da largura da estrada de alcatrão a que estão ligados. As pessoas dão indicações do estilo: "Segue até encontrar um largo onde está um velhote sentado num banco comprido à sombra. Depois pergunte-lhe que ele também sabe e dali já é mais fácil."

É uma pequena povoação com meia dúzia de casas, mas está perto das Caldas da Rainha. Tem os benefícios do campo e os da cidade por estar perto dela, sem ter algumas das suas desvantagens. É um local pacato onde dá gosto viver. Assim nem é tão mau viver na cidade!

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