domingo, abril 16, 2006

Pedalar

A minha bicicleta tem tido mais uso pelo meu irmão que por mim. No entanto, para contrariar essa tendência, aceitei prontamente o convite do Nuno para uma volta calma em direcção à praia de S. Pedro de Moel.

De carro fomos até à Marinha Grande e daí, pelas ciclovias, até à praia, por caminhos de ida e volta diversos. Eu não gosto muito de fazer duas vezes o mesmo caminho. Se puder diferenciar, principalmente se não conhecer os caminhos, tanto melhor, pois passo a conhecê-los.

Bastantes eram as pessoas que se cruzavam connosco naquela via segura dos automóveis. Muitos de bicicleta e bastantes a pé, a andar ou a correr. Ao fim de duas horas era tempo de ir para casa almoçar e descansar.

Ontem, retomando o exercício, meti-me na bicicleta até Leiria. Fui apreciar as obras que estão a ser finalmente feitas ao abrigo do programa Polis numa boa parte da margem do rio Liz, com a construção de alguns parques, pontes pedonais e um percurso de alguns quilómetros que atravessa a cidade junto ao rio.

Na zona da Guimarota, perto da DVG de Leiria, estão a construir um parque interessante com bastantes rampas feitas em cimento para skaters e um parede de escalada de três faces com cerca de 10m e altura. A relva já cresce e as plantas já ganham raízes. A iluminação tem a vertente em altura com os candeeiros e a partir do solo com as luzes incrustadas no solo no meio do caminho a fazer de eixo da via. Como é moda agora, a jardim não é plano, mas tem aqueles montes de terra que criam recantos e locais privados e também uma dor de cabeça acrescida para quem tem de ali cortar a relva.

Seguindo vi o calcetamento da rua que vai da Av. Nossa Sra. de Fátima até à ponte dos caniços e que tem estado fechada ao trânsito à bastante tempo. Vai ficar mais estreita para que tenha um passeio de cada lado.

Depois uma ponte pedonal um bocado estranha. Uma ponte de ferro, larga com corrimões tapados até ao chão. Como era muito larga, desenharam um caminho estreito ziguezagueado como um rio num vale, visto que encheram de cimento os cantos da ponte, subindo-se desde o "caminho ziguezagueado" até ao topo do corrimão, inutilizando toda a função de segurança do corrimão, dado que qualquer criança pode subir aquelas rampas e, aí, decidir atirar-se ou não da ponte abaixo. Para além disso, as vigas horizontais na extremidades do tabuleiro denotam já uma curvatura, diria eu, anormal, dado o peso da absurda quantidade de cimento para um mero efeito decorativo.

Visto isto, já começavam as dores nas costas e no pescoço, por irem as costas dobradas para a frente e o pescoço para trás para se ver o caminho. Então, em tom de desafio comigo mesmo, fui até casa com as costas direitas na bicicleta, empregando o piloto automático (sem mãos no guiador), mas sempre, sempre a pedalar.

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